quarta-feira, 1 de junho de 2016

Jaqueira: Mocinha ou Vilã na Mata Atlântica ?

Em 1861, D. Pedro II ordenou o reflorestamento de parte da Mata Atlântica, e um dos frutos escolhidos foi a Jaca, trazida da Índia pelos portugueses. Apesar de deliciosa, tornou-se uma praga para a floresta, pois suas folhas bloqueiam a luz do sol e sua decomposição lenta no solo, impede a germinação e o desenvolvimento de outras espécies.

Artocarpus heterophyllus  jaqueira é uma espécie exótica invasora. Isso significa que ela não é nativa da mata atlântica (tem origem indiana) e que até prejudica o desenvolvimento de espécies naturais destas bandas. Segundo Bernardo Issa, analista ambiental do Parque Nacional da Tijuca, isso acontece por conta da forma agressiva de reprodução da planta. Quem já comeu jaca sabe a quantidade interminável de caroços que a fruta pode conter. Quando aquele troço imenso explode no chão, cada uma das sementes gera uma jaqueirinha (quase 100% germinam). E, como explica o engenheiro florestal Márcio Gomes Pinto, a planta também é alelopática – ou seja, ela espalha à sua volta uma substância que não permite o desenvolvimento de outras espécies. “É uma competição desleal”, resume ele.



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